segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

SESSÃO 1 - ROMA, CIDADE ABERTA



ROMA, CIDADE ABERTA (1945)

“Ossessione” é de 1943, “La Terra Trema: Episodio del Mare” é de 1948, ambos de Visconti. “Roma, Città Aperta”, de 1945, traz a assinatura de Roberto Rossellini. Indiscutivelmente, são estes os três filmes mais importantes a marcarem o início do chamado neo-realismo. Mas desde logo as diferenças são algumas, bem assim como as características comuns. Neste caso, uma enorme necessidade de falar de temas simples e populares, de trazer para o ecrã o povo que dali andava arredado; a falta de meios que impunha um cinema pobre, tecnicamente imperfeito, mas esteticamente depurado, eticamente honesto, politicamente intencional; a utilização de actores não profissionais. Entre as diferenças, estas eram de raiz ideológica, ainda que nos primeiros tempos a união contra o invasor nazi e o fascismo mussoliniano disfarçassem as divergências. Um Visconti aristocrata e marxista, ao lado de um Fellini religioso mas libertário, um De Sica humanista, um Rossellini metafísico e democrata cristão, um Zavatini ou um Guiseppe De Santis abertamente comunistas são algumas das opções que logo se destacaram.
Rossellini é dos casos mais desconcertantes deste grupo. Inicialmente documentarista, assina depois três filmes que ficaram conhecidos pela sua “trilogia fascista”, “La Nave Bianca” (1941), “Un Pilota Ritorna” (1942) e “L'Uomo dalla Croce” (1943) (rodados na época do fascismo italiano, com fundos dos organismos oficiais e largamente premiados pelas entidades mussolinianas), passando imediatamente após a Libertação a uma nova “trilogia da guerra”, com “Roma, Cidade Aberta”, “Libertação” e “Alemanha, Ano Zero”, todos eles bem enquadrados no neo-realismo.
Durante uns tempos, o reconhecimento de Rossellini não foi unânime (ainda hoje não o é), tendo mesmo sido acusado de ter “passado do fascismo para a democracia cristã” por alguma crítica mais ortodoxa. Mas com o aparecimento dos “Cahiers du Cinéma” e de André Bazin, Truffaut, Rivette e alguns mais, Rossellini não foi só reabilitado, como colocado no lugar de mestre incontestável da modernidade, cineasta farol de um novo cinema. Nenhum outro cineasta italiano mereceu tantos elogios dos franceses desta corrente como Rossellini.
Em 1944 pode dizer-se que a indústria italiana de cinema tinha sido completamente destruída, não existiam estúdios, nem material técnico, nem laboratórios, nem sequer quantidade suficiente de uma mesma película para uma longa-metragem. Quando, em 1995, a “Cineteca Nazionale” restaurou o negativo de “Roma, Cidade Aberta” percebeu que o original era composto por três tipos de película: Ferrania C6, em exteriores, Agfa Super Pan e Agfa Ultra Rapid em interiores. Mesmo dentro de cada tipo de película existiam consideráveis alterações de densidade. Nenhuma unidade de tom era possível. Mas, um pouco também por causa disso, o que resultaria daí ofereceria uma tonalidade documental que agradava bastante ao autor.
Quando a II Guerra Mundial entrava nos seus últimos meses, Rossellini abandonava a realização de um filme, “Desiderio”, pois não tinha condições para o terminar (haveria de ser concluído por Marcello Pagliero, em 1946). Rossellini, porém, queria filmar a história de um padre católico, Don Pieto Morosini, que tinha sido fuzilado pelos nazis por ter auxiliado alguns resistentes italianos. O actor Aldo Fabrizi era o preferido para interpretar este papel e Rossellini, amigo de Fellini, pede a este para interceder junto do actor por forma a poder contar com a sua colaboração. Havia ainda a hipótese de rodar um documentário sobre o papel das crianças italianas na luta contra o opressor. Fellini e Sergio Amidei convencem Rossellini a reunir os dois projectos e escreveram um argumento ficcionado sobre estes temas. Estávamos em Agosto de 1944, dois meses depois das tropas norte-americanas terem libertado Roma da ocupação nazi. “Roma, Città Aperta” seria o cenário. Rossellini queria sinceridade máxima, autenticidade, total ausência de efeitos, nenhuma espectacularidade, actores predominantemente não profissionais, recrutados na rua, um olhar sem complacência. As falhas técnicas funcionariam como elemento estilístico, seria um cinema pobre, a película era comprada em pequenas quantidades, de qualidade desigual, por vezes sem qualidade, sem prazos de validade. Rodava-se com a luz natural, ou quase. A realidade sem subterfúgios. Roma devastada sem retoques. O povo italiano perante a tirania brutal do invasor, os resistentes em confronto com a opressão, o sentir do cidadão comum ao lado do guerrilheiro e frente ao oficial alemão. As crianças em magotes a fazer explodir o que pudessem. Comunistas, como o engenheiro que é denunciado por uma italiana vendida por um casaco de peles, lado a lado com padres católicos que os escondem em conventos. Mulheres indomáveis que gritam a dor e são assassinadas friamente com tiros de rajadas, no meio das ruas. Torturas intoleráveis e fuzilamentos sumários. “Roma, Città Aperta” quando os nazis sentem apertar à sua volta a ofensiva aliada e recrudescer a actividade dos “partigiani”, quando a batalha individual enxameia as ruas romanas, quando o sangue se verte generosamente em nome da liberdade, numa altura em que a luta é unitária.
Quando da sua estreia, a recepção italiana não foi entusiástica. O público não queria voltar a encarar a tragédia de que apenas saía, em condições traumáticas. Mas, fora de Itália, nos EUA ou em França, a recepção foi de triunfo crítico e mesmo popular. Juntamente com outras obras, como “Sciusciá”, “Ladrões de Bicicletas”, “A Terra Treme”, chamou a atenção para a cinematografia italiana e para o que se ficaria a conhecer por neo-realismo. Rossellini aproveitou a onda para tentar explicar que alguns filmes seus anteriores, como “La Nave Bianca”, já apresentavam características semelhantes às de “Roma, Cidade Aberta”, procurando deste modo justificar ter sido ele o verdadeiro criador desta corrente, o que alguns outros, nomeadamente os críticos marxistas, Aristarco, De Santis, Verdone, entre outros, não aceitam plenamente. Para estes, o neo-realismo era uma questão moral, mas era igualmente uma questão política, onde a luta de classes não podia deixar de figurar. Rossellini tinha uma perspectiva diversa, para ele bastava apresentar a realidade na sua simplicidade, na sua secura, para se atingir um quase estado de graça, que muitas obras suas ulteriores iriam confirmar.
De resto, num elenco quase sem actores, Aldo Fabrizi é um padre de uma humanidade e doçura extrema, que consegue todavia arrostar com o seu calvário com a maior dignidade, Anna Magnani, uma mulher que se celebraria, a partir daí, como símbolo da “mamma Roma”, com um desempenho que tornaria a sua presença algo de absolutamente inesquecível (sobretudo a tão citada cena de rua em que é alvejada), e Marcello Pagliero (que, além de actor, foi ainda argumentista e realizador), um resistente admirável na obstinácia com que enfrenta a tortura e a dor.
Finalmente, ainda em 1946, o Festival de Cannes atribui o Grande Prémio ao filme e o Sindacato Nazionale dei Giornalisti Cinematografici Italiani confere o Nastro d'Argento a esta obra, considerando-a a melhor italiana do ano, bem assim como o prémio de Melhor Actriz Secundária a Anna Magnani, igualmente em 1946. Na América, o National Board of Review premeia “Roma, Cidade Aberta”, com o prémio de Melhor Filme em Língua Estrangeira e Anna Mangani como Melhor Actriz, e o New York Film Critics Circle Awards, considera-o igualmente o Melhor Filme em Língua Estrangeira no ano de 46.

ROMA, CIDADE ABERTA
Título original: Roma, Città Aperta

Realização: Roberto Rossellini (Itália, 1945); Argumento: Sergio Amidei, Federico Fellini, Roberto Rossellini, Sergio Amidei, Alberto Consiglio; Produção: Giuseppe Amato, Ferruccio De Martino, Rod E. Geiger, Roberto Rossellini; Música: Renzo Rossellini; Fotografia (p/b): Ubaldo Arata; Montagem: Eraldo Da Roma, Jolanda Benvenuti; Design de produção: Rosario Megna; Direcção de produção: Ferruccio De Martino, Mario Del Papa; Assistentes de realização: Sergio Amidei, Federico Fellini; Som: Raffaele Del Monte; Efeitos visuais: Stefano Ballirano, Stefano Camberini, Pablo Mariano Picabea, Paolo Verrucci, Stefanacci; Companhias de produção: Excelsa Film; Intérpretes: Aldo Fabrizi (Don Pietro Pellegrini), Anna Magnani (Pina), Marcello Pagliero (Giorgio Manfredi / Luigi Ferraris), Vito Annichiarico (Piccolo Marcello), Nando Bruno (Agostino), Harry Feist (Major Bergmann), Giovanna Galletti (Ingrid), Francesco Grandjacquet (Francesco), Eduardo Passarelli, Maria Michi, Carla Rovere. Carlo Sindici, Joop van Hulzen, Ákos Tolnay, Caterina Di Furia, Laura Clara Giudice, Turi Pandolfini, Amalia Pellegrini, Spartaco Ricci, Doretta Sestan, Alberto Tavazzi, etc. Duração: 100 minutos; Classificação etária: M/ 12 anos; Distribuição em Portugal: Costa do Castelo Filmes; Data de estreia em Portugal: 13 de Outubro de 1947.

ROBERTO ROSSELLINI (1906-1977)



ROBERTO ROSSELLINI (1906-1977)

Roberto Gastone Zeffiro Rossellini nasceu em Roma, a 8 de Maio de 1906, e viria a falecer na mesma cidade, a 3 de Junho de 1977, com 71 anos. Casado com Assia Noris (1934-1936, anulado), Marcella De Marchis (1936-1950, divórcio), Ingrid Bergman (1950-1957, divórcio) e Sonali Senroy DasGupta (1957-1977, morte de Rossellini). Filhos: Romano Rossellini, Renzo Rossellini (segundo casamento), Roberto Rossellini, Isabella Rossellini, Isotta Rossellini (terceiro casamento), Gil Rossellini (quarto casamento).
Habitando na Via Ludovici, originário de uma família da média burguesia romana, onde a música, o teatro e a cultura em geral tinham destacado lugar, Roberto Rossellini tinha como pai Angiolo Giuseppe Rossellini, conhecido como Beppino Rossellini, um notório arquitecto, senhor de certo prestígio e fortuna, que beneficiava ainda do apoio de um rico tio empresário, Roberto Zeffiro Rossellini. Beppino era também dado às artes e construiu em Roma um teatro onde se podia igualmente projectar filmes - diz-se que foi mesmo a primeira sala romana com esta ambivalência. O Cinema Barberini, inaugurado em 1930, projectado por Marcello Piacentini, e ainda hoje aberto ao público, agora em sala multiplex, depois de algumas obras, fica localizado na Piazza Barberini, perto do famoso Hotel Bristol, ao lado da Via Veneto, tendo em frente a fonte do Tritão, da autoria de Bernini.
O jovem Roberto Rossellini, que tinha três irmãos mais novos, Renzo, Marcela e Micaela, assistia, portanto, a tudo quanto passava nessa sala, ganhando o gosto pelo cinema. O seu primeiro emprego, ainda jovem, foi como captador de som para filmes, passando depois a outras tarefas na mesma área, tendo ganho experiência que lhe foi decisiva no futuro.
Fala-se de um primeiro casamento com uma actriz de origem russa, mas naturalizada italiana, Assia Noris, mas foi declarada a nulidade do mesmo. Em 1936, casa com Marcella de Marchisqui, figurinista, especializada sobretudo em guarda-roupa para cinema. Deste casamento nasceram dois filhos, Marco Romano (1937) e Renzo (1941), o primeiro dos quais morreu tragicamente, com um ataque de apendicite, enquanto criança ainda. O filme “Germania, Anno Zero” era dedicado a esse filho, Romano.
Outra curiosidade importante para situar o percurso biográfico do futuro cineasta foi o facto da casa dos pais se encontrar perto do hotel de Benito Mussolini. Roberto privou desde jovem com Vittorio Mussolini, filho do ditador, que mais tarde teria um importante papel na condução da cinematografia italiana, sob a inspiração fascista. A estreia de Rossellini na realização dá-se em curtas-metragens, “Daphne” (1936), a que se seguiram, em 1938, “Prélude à l'Après-midi d'un Faune”, proibida pela censura, acusada de falta de pudor, e, em 1939, “Fantasia Sottomarina”. Em 1938, foi assistente de Goffredo Alessandrini na escrita de “Luciano Serra pilota”, que ganha o Prémio Mussolini para o melhor filme italiano, no Festival de Veneza, e teve um enorme sucesso de público. Em 1940, foi assistente de Francesco De Robertis na realização de “Uomini sul Fondo”. Passa então à realização, assinando três obras de propaganda fascista que se inscrevem na sua filmografia como a “Trilogia Fascista” (1941-1944) (curiosamente, um texto publicado nos “Cahiers du Cinéma”, intitulado “Dix ans de Cinéma”, passa em claro este período e estas obras): “La Nave Bianca” (1941), é uma encomenda do Centro Cinematográfico do Ministério da Marinha, que ganhou o Prémio do Partido Fascista, “Un Pilota Retorna” (1942) e “Uomo dalla Croce” (1943). Por essa época, estabelece-se uma forte amizade com Federico Fellini e o actor Aldo Fabrizi.
Quando o regime fascista começa a desmoronar-se, em finais de 1943, dois meses antes da queda de Roma, Rossellini começa a preparar as filmagens de “Roma, Città Aperta”, com a colaboração de Fellini e de Aldo Fabrizi, que irá interpretar o principal papel masculino, ao lado de Anna Magnani. O filme, produzido pelo próprio, com economias pessoais e empréstimos, estreia em 1945, passa relativamente desapercebido na estreia italiana, mas recebe o Grande Prémio de Cannes e é triunfalmente acolhido em França e nos EUA, sucesso que se reflecte então em Itália.
Em 1946, realiza “Paisà”, com actores não profissionais, e em 1948 “Germania anno zero”, filmado no sector francês de Berlim, produzido por um francês. Continua a preferir trabalhar com actores não profissionais e explica a razão: “Para criar uma personagem que temos em mente é necessário ao argumentista estabelecer uma verdadeira batalha com o actor, que muitas vezes acaba com o argumentista a submeter-se aos desejos do actor. A fim de não delapidar a minha energia numa batalha como essa, escolho actores profissionais apenas de tempos a tempos”.
Rossellini roda seguidamente “L'Amore” (que compreende dois filmes de média metragem, “La Voix Humaine”, segundo Cocteau, e “Le Miracle”, segundo Fellini), de novo com Anna Magnani, com quem estabeleceu uma tumultuosa relação amorosa, e “La Macchina Ammazzacattivi”.
Em 1948, Rossellini recebe uma carta de Ingrid Bergman, que na altura tinha Hollywood aos pés, sobretudo depois de “Casablanca”. Rezava assim: “Caro M. Rossellini, Vi os seus filmes “Roma, Cidade Aberta” e “Païsa”, e gostei muito deles. Se tiver necessidade de uma actriz sueca que fala muito bem inglês, que não esqueceu o seu alemão, que não se faz compreender muito bem em francês, e que em italiano nada mais sabe dizer senão “ti amo”, então eu estou pronta a ir fazer um filme consigo”. Assinava, Ingrid Bergman. Sem pensar duas vezes, presumo eu, Rossellini convida Ingrid Bergman para interpretar “Stromboli, Terra di Dio”, cujas filmagens decorreram na isolada ilha de Stromboli. Era o primeiro título de um novo ciclo, este dedicado a Ingrid Bergman, e que, além de “Stromboli” agrupa ainda “Europa 51”, “Viaggio in Italia”, “O Medo” e “Giovanna d'Arco al Rogo”. Era igualmente o início de um idílio que iria dar muito que falar. Rossellini e Ingrid eram casados, a sua relação deu brado por todo o mundo, a actriz ficou grávida, sob as fagulhas do Stromboli, as ligas de decência insurgiram-se, a América ficou chocada, repudiaram os adúlteros, e Ingrid Bergman ficou na lista negra de Hollywood. Casaram-se em 1950. O romance durou sete anos. Em 1957, Rossellini partiu para a Índia, para rodar uma série de documentários para a televisão, e uma longa, e aí conheceu uma argumentista indiana, Sonali Dasgupta, casada com um realizador de documentários, mãe de filhos, e rebenta outro escândalo, este com uma tonalidade muito oriental. O casal parte para Itália, Sonali traz o filho, que Rossellini adopta, deixa a filha com o pai, e pouco depois nasce Gil Rossellini. Viveram juntos até à morte de Rossellini, em 1977.
Cinematograficamente, os escândalos da vida pessoal e o insucesso das obras para televisão arruinaram a reputação de Rossellini. Não havia produtor que lhe concedesse liras para um filme, até que consegue rodar “O General Della Rovere”, em 1959, uma obra-prima que ganha prémios em festivais internacionais, Veneza finalmente!, e o projecta de novo como grande mestre. Seguem-se “Era Notte a Roma”, de novo sobre a II Guerra Mundial, e duas peliculas históricas, “Viva l’Italia” (1960) e “Vanina Vanini” (1961). Mas Rossellini não gosta do “espectáculo”, prefere o cinema pedagógico e acerca-se da televisão educativa para rodar uma série de documentários ficcionados sobre personalidades históricas, como “L’ Etá del Ferro”, “Benito Mussolini”, “La Prise du Pouvoir par Louis XIV” (excelente exercício), “La Lotta dell’Uomo per la Sopravvivenza”, “Atti degli Apostoli”, “Socrate”, “La Forza e la Ragione”, “Blaise Pascal”, “Agostino d’Ippona”, “L’Età di Cosimo de Medici”, “Cartesius”, “Anno Uno”, “Il Messia”, entre outros. O seu derradeiro filme data de 1977, e documentava “Beaubourg, Centre d’Art et de Culture George Pompidou”. Para lá do cinema e da televisão, ainda encenou diversas peças de teatro, escreveu vários importantes textos sobre cinema, e colaborou em argumentos para outros cineastas, nomeadamente para Godard, “Les Carabiniers”.
Entre 1968 e 1974, dirigiu o Centro Sperimentale di Cinematografia. Morreu em Roma, a 3 de Junho de 1977, com 71 anos, de crise cardíaca.


FILMOGRAFIA:
Cinema
1935: DAFNE (curta-metragem)
1937: PRÉLUDE À L'APRÈS-MIDI D'UN FAUNE (curta-metragem)
1938: FANTASIA SOTTOMARINA (curta-metragem)
1939: LA VISPA TERESA (curta-metragem)
1940: IL TACCHINO PREPOTENTE (curta-metragem)
1941: IL RUSCELLO DI RIPASOTTILE (curta-metragem)
1941: LA NAVE BIANCA
1942: UN PILOTA RITORNA
1943: L'UOMO DALLA CROCE
1943: DESIDERIO (filme iniciado por Rossellini em 1943, com o título "Scalo merci" e concluído em 1946 por Marcello Pagliero)
1945: ROMA, CITTÀ APERTA (Roma, Cidade Aberta)
1946: PAISÀ (Libertação)
1948: GERMANIA ANNO ZERO (Alemanha, Ano Zero)
1948: L'AMORE
1949: L'INVASORE, de Nino Giannini e Roberto Rossellini (supervisão)
1950: STROMBOLI TERRA DI DIO (Stromboli)
1950: FRANCESCO, GIULLARE DI DIO (O Santo dos Pobrezinhos)
1952: LA MACCHINA AMMAZZACATTIVI)
1952: I SETTE PECCATI CAPITALI (Pecados Mortais), de Yves Allégret, Claude Autant-Lara, Eduardo De Filippo, Jean Dréville, Georges Lacombe, Carlo Rim, e Roberto Rossellini (episódio “L’Envy” ou"L’Envie” )
1952: EUROPA '51 (Europa 51)
1953: SIAMO DONNE, de Gianni Franciolini, Alfredo Guarini, Roberto Rossellini (episódio "Ingrid Bergman"), Luchino Visconti, Luigi Zampa
1953: RIVALITÀ, de Giuliano Biagetti e Roberto Rossellini (supervisão)
1954: DOV'È LA LIBERTÀ? (Onde Está a Liberdade?)
1954: VIAGGIO IN ITALIA (Viagem em Itália))
1954: ANGST (O Medo)
1954: AMORI DI MEZZO SECOLO, de Mario Chiari, Pietro Germi, Glauco Pellegrini, Antonio Pietrangeli, Roberto Rossellini (episódio "Napoli 1943")
1954: GIOVANNA D'ARCO AL ROGO
1957: INDIA MATRI BUHMI (documentário)
1959: IL GENERALE DELLA ROVERE (O General Della Rovere)
1960: ERA NOTTE A ROMA (Era Noite em Roma)
1961: VIVA L'ITALIA (Viva Itália)
1961: VANINA VANINI (Vanina Vanini)
1962: ANIMA NERA
1963: RO.GO.PA.G., de Jean-Luc Godard, Ugo Gregoretti, Pier Paolo Pasolini, Roberto Rossellini (episódio "Illibatezza")
1974: ANNO UNO
1976: IL MESSIA (O Messias)

Televisão
1959: L’INDIA VISTA DA ROSSELLINI (mini-série)
1961: TORINO NEI CENT'ANNI
1962: I CARABINIERI
1962: BENITO MUSSOLINI
1964: L'ETÀ DEL FERRO
1967: IDEA DI UN'ISOLA
1967: LA PRISE DE POUVOIR PAR LOUIS XIV (A Tomada do Poder por Luis XIV)
1968: ATTI DEGLI APOSTOLI
1970: SOCRATE
1970: LA LOTTA DELL'UOMO PER LA SUA SOPRAVVENZA, de Renzo Rossellini
1970: DA GERUSALEMME A DAMASCO
1971: INTERVISTA A SALVADOR ALLENDE: LA FORZA E LA RAGIONE
1971: RICE UNIVERSITY
1971: BLAISE PASCAL
1972: AGOSTINO D'IPPONA
1973: L'ETÀ DI COSIMO DE MEDICI (mini-série)
1973: CARTESIUS
1974: A QUESTION OF PEOPLE, de Beppe Cino, “From filming by Roberto Rossellini”
1974: CONCERTO PER MICHELANGELO
1977: BEAUBOURG, CENTRE D'ART ET DE CULTURE GEORGES POMPIDOU

Argumentista (em filmes que não foram de sua autoria)
1938: LUCIANO SERRA PILOTA, de Goffredo Alessandrini
1963: LES CARABINIERS, de Jean-Luc Godard
1967: LA LUTTE DE L'HOMME POUR SA SURVIE

Algumas obras de cinema e televisão onde aparece (testemunhos, entrevistas, biografias, etc.: 
1959: L'India vista da Rossellini (TV, mini-série de TV)
1960: Cinépanorama (Série de TV, documentário)
1960: Project XX (Série de TV, documentário)
1964: Roberto Rossellini: appunti biografici (TV, documentário)
1965: L'età del ferro (Série de TV, documentário)

1967: Toast of the Town (Série de TV)

O NEORREALISMO (1945 – 1960)



O NEORREALISMO (1945 – 1960)

O neorrealismo é seguramente dos movimentos artísticos que, no campo do cinema, teve uma maior influência em todo o futuro da cinematografia mundial. Surgiu num momento muito paricular da história da Europa (e do mundo) mas teve antecessores que possibilitaram a sua eclosão, nomeadamente algumas escolas realistas, como o documentarismo social inglês dos anos 30 (onde avultam as obras de John Grierson, Basil Wright, Edgar Anstey, Stuart Legg, Paul Rotha, Arthur Elton, Humphrey Jennings, Harry Watt ou Alberto Cavalcanti, entre outros), algumas incursões da escola soviética, mas também de muitos cineastas com uma obra muito particular, como Robert Flaherty, Joris Ivens, Dziga Vertov e tantos mais. Integrando-se nessa corrente realista, o neorrealismo teve, todavia, particularidades próprias. 
Não querendo aqui enunciar exaustivamente as características do neorrealismo, é conveniente sublinhar algumas delas. O neorrealismo nasce de considerandos e de situações diversas que se reúnem: o cinema italiano foi, durante a época fascista, ou um cinema de propaganda do sistema, precisamente do fascismo mussoliniano, ou um cinema de fuga à realidade. Os cineastas que estavam com o fascismo, elogiavam-no, os que não estavam, ou frontalmente se lhe opunham, tentavam trabalhar na sua arte nos limites das possibilidades sem se comprometerem, criando um cinema “caligrafista”, muito estilizado, simbólico, de sofisticadas e inócuas comédias de “telefones brancos”, ou então adaptando obras literárias do século XIX, que tinham muito pouco a ver com a realidade italiana dos anos 30 e 40, até final da guerra. Durante o fascismo, uma nova geração de jovens interessara-se particularmente pela crítica cinematográfica, pela escrita de argumentos, pela realização, muitos como assistentes de realização, e quase todos se reuniram em redor de criações do regime, como o Centro Sperimentale di Cinematografia (CSC), localizado em Roma, fundado em 3 de abril de 1935, embora a Scuola Nazionale di Cinema (então denominada Scuola Nazionale di Cinematografia), já estivesse em atividade na época. Benito Mussolini, o seu filho Vittorio e, sobretudo, Galeazzo Ciano deram grande impulso à criação e manutenção do CSC, bem assim como ao projeto da Cinecittà. O edifício onde se instalou o Centro foi construído em 1935, ao mesmo tempo que a Cinecittà, em frente aos estúdios cinematográficos, na periferia romana. Entre alguns mais, o Centro Sperimentale di Cinematografia formou, entre 1935 e 1945, profissionais como Michelangelo Antonioni, Steno, Alida Valli, Pasqualino De Santis, Pietro Germi, Dino De Laurentiis ou Luigi Zampa, e entre 1945 e 1968, Marco Bellocchio, Liliana Cavani, Vittorio Storaro, Monica Vitti, Néstor Almendros, Tomás Gutiérrez Alea, Claudia Cardinale ou Domenico Modugno.
Mussolini e o filho Vittorio deram grande importância ao cinema, “como elemento de formação e divulgação dos valores do fascismo” e foram também eles, nessa mesma perspectiva de impulsionar o cinema como arte de propaganda, os instigadores do Festival de Cinema de Veneza, que se inaugurou a 6 de agosto de 1932. De início, integrava a Bienal de Arte de Veneza, que de dois em dois anos tentava reunir e dar a conhecer as diversas correntes artísticas europeias. Mas como a pintura, a escultura ou a música não atraíam as massas tanto quanto o desejado, o secretário geral da Bienal, o escultor Antonio Mariani, teve a ideia, ousada para a época, de inserir o cinema nesse evento. Para Mussolini, o Festival era uma bela oportunidade de propaganda política e de ver afluir ao país divisas estrangeiras. O Festival de 1932 acolheu vinte e nove filmes e o de 1934 recebeu cinquenta; participaram dezassete países, entre os quais os Estados Unidos da América. O evento passou a anual, pelo que a terceira edição do Festival ocorreu em 1935. O Palazzo del Cinema foi inaugurado 1937.  Em 1940 e 1941, o Festival foi um acontecimento fundamentalmente político, com a "semana do filme italo-alemão" e, em 1942, foi anulado e ressuscitou em 1946, com a participação de filmes franceses, americanos, ingleses e soviéticos.
Em finais de 1937, Vittorio Mussolini viajou até Hollywood procurando apoio dos estúdios, que o receberam friamente ou mesmo se recusaram a recebê-lo (Goldwyn Mayer, por exemplo). Outra das iniciativas importantes de Vittorio foi a criação da revista “Cinema” que se tornaria ponto de reunião de futuros cineastas e críticos fundadores do neorrealismo. Também como argumentista e produtor, Vittorio, que era piloto de aviação de guerra, se tornou notado, trabalhando com nomes como Rossellini, a quem encomendou três filmes do seu período fascista - “La nave bianca” (1941), “Un pilota retorna” (1942) e “L'uomo dalla croce” (1943) - , Antonioni, Mario Mattoli, entre outros. Estranhamente, a formação oferecida por Vittorio Mussolini aos jovens cinéfilos italianos haveria de se voltar contra as ideias por ele defendidas. Todos se tornaram anti-fascistas, mal terminou a guerra. Quanto a Vittorio, exilou-se na Argentina, regressou a Itália em 1967, e morreu em 1997.

Quando se aproxima o fim da guerra e se verifica a possibilidade de abordar temas proibidos até aí, o próprio fascismo, a guerra e a ocupação alemã, a resistência, o drama diário do povo italiano, este foi o caminho. Mas a esta orientação ideológica (muito condicionada pelos comunistas, que tinham saído vitoriosos da coordenação da Resistência), outra se lhe juntou igualmente muito motivadora da escolha do caminho. Após a derrota, a Itália estava completamente destruída, a indústria cinematográfica praticamente não existia, não havia estúdios funcionais, não havia material técnico em boa qualidade, não havia actores e realizadores (alguns dos que havia ou estavam comprometidos com o fascismo, ou a mudarem de casaca rapidamente, ou envelhecidos, ou em fuga…), não havia capital para obras sumptuosas.
Da reunião destes factores, nasceu um cinema ideologicamente não muito coerente, apesar de nalguns casos de  forte orientação marxista, mas que se podia caracterizar por aspectos significativos para definir um movimento ou uma corrente: filmagens fora dos estúdios, em exteriores ou interiores naturais, pouco material técnico, uso quase exclusivo de película a preto e branco, quase total ausência de actores profissionais, lançamento de uma nova geração de cineastas, saídos da resistência intelectual e cultural ao fascismo, temas da vida do dia-a-dia, assunção de uma voz nova nos ecrãs, o povo autêntico, sem caracterização ou guarda-roupa especial. Esta foi a revolução imposta um tanto pelas disponibilidades técnicas da época e do local, outro tanto pela intencionalidade política, social, cultural e sobretudo cinematográfica.
Nos primeiros tempos, a ortodoxia marxista imperou, mas curiosamente terá sido no cinema que ela se fez menos impositiva. Na literatura, em Itália (e noutros países, como Portugal), ela terá sido mais forte, contagiando mais autores e prolongando no tempo a sua influência. Durante a época fascista, a literatura italiana, para lá de obras apologéticas do regime, era dominada por uma certa vanguarda (o Futurismo marinettiano ou um certo hermetismo formal)  ou por autores como Giovanni Verga e seu “verismo” que irá oscilar entre o fascínio pelo fascismo e interessar jovens cineastas como Visconti, que adapta obras suas em “A Terra Treme”.
Curioso será relembrar alguns escritores italianos que impuseram o neorrealismo desde os anos 40, como Elio Vittorini, Cesare Pavese, Vasco Pratolini, Pier Paolo Pasolini, Italo Calvino, Beppe Fenoglio, Carlo Cassola, Alberto Moravia, Primo Levi, Ignazio Silone, entre alguns mais. Interessante será observar a palavra de um deles referindo-se ao movimento. Escreve Italo Calvino (1964, prefácio a “Il Sentiero Dei Nidi Di Ragno”), que o neorrealismo “non fu una scuola, ma un insieme di voci, in gran parte periferiche, una molteplice scoperta delle diverse Italie, specialmente delle Italie fino allora più sconosciute dalla letteratura”. Também na literatura, portanto, a orientação era diversa, ainda que a necessidade de intervir, de testemunhar fosse unânime.
Tanto na literatura como no cinema, a criação neorrealista procura descrever de imediato a realidade social e humana do país, enquadrando-as no ambiente da época, dando inclusive especial atenção a especificidades regionais e observando o quadro com preocupações éticas e igualmente estéticas. A verdade é que o tipo de rodagem que o neorrealismo impôs veio a influenciar toda a história do cinema posterior. Este tipo de “cinema pobre” sem magia estereotipada, sem grandes recursos, sem o glamour das estrelas e dos estúdios, sem temas fantásticos e fantasistas, esteve na origem de inúmeras experiências em todo o mundo, desde a Nouvelle Vague francesa, passando pelo Free Cinema inglês, pelos novos cinemas que se conheceram na década de 60 na Europa Ocidental e de Leste, pela América Latina, pela India, chegando aos próprios EUA, onde os primeiros títulos italianos de Rossellini e De Sica provocaram ondas de entusiasmo transbordantes. 

Regressando a Itália, em 1945, surge “Roma, Cidade Aberta”, de Roberto Rossellini, que inicia formalmente o movimento. Mas antes já tinham aparecido alguns antecedentes, como “I Bambini ci Guardano”, de Vittorio De Sica, “Ossessione”, de Luchino Visconti, ou “Quattro Passi fra la Nuvole”, de Alessandro Blasseti, todos de 1942-44. Os grandes filmes e os maiores cineastas que este movimento revelou situam-se, no entanto, em campos muito diversos: Roberto Rossellini (além de “Roma, Cidade Aberta”, ainda “Libertação” ou “Alemanha Ano Zero”), Vittorio De Sica, (“Ladrões de Bicicletas”, “Humberto D”, “Milagre de Milão”), Luchino Visconti (para lá de “Ossessione”, “A Terra Treme”, “Belíssima”), Federico Fellini (“O Sheik Branco”, “Os Inúteis”, “A Estrada”, “As Noites de Cabiria”), Michelangelo Antonioni (“Agente do Pó”, “Escândalo de Amor”, “As Amigas, “O Grito”), Dino Risi (“Retalhos da Vida”, “A Ultrapassagem”, “Vida Difícil”), Mario Monicelli (“Vida de Cão”, “Polícias e Ladrões”, “Proibito”, “Un eroe dei nostri tempi”, “Gangsters Falhados”, “A Grande Guerra”), Alberto Lattuada (“O Bandido”, “O Delito”, “Sem Piedade”, “O Moinho do Pó”, “Anna”, “O Capote”), Pietro Germi (“La Città si difende”, “O Bandido da Cova do Lobo”, “Gelosia”, “O Ferroviário”, “O Homem de Palha”), Cesare Zavattini (“Retalhos da Vida”), bem acompanhados por alguns realizadores com obra respeitável e interessante, como Luigi Comencini, Carlo Lizani, Giuseppe De Santis, Aldo Vergano, Luciano Emmer, Renato Castellani ou Luigi Zampa, entre outros.
Falar-se num processo comum é possível, mas difícil, mesmo impossível descortinar um ideário colectivo. A religiosidade de Rossellini nem sequer se assemelha à de Fellini, o humanismo de De Sica não se compara com Antonioni, nem mesmo a visão marxista de Visconti tem paralelo na de De Santis, Lizzani ou Emmer. Talvez uma das maiores virtudes deste movimento tenha sido a de permitir analisar a realidade social da Itália do pós-guerra sob diversos pontos de vista que uns aos outros se completam.


PRINCIPAIS FILMES NEOREALISTAS 
(1943-1960)

1942: Quattro Passi fra la Nuvole (Dois Dias Fora da Vida), de Alessandro Blasseti
1943: Obsessão (Ossessione), de Luchino Visconti
1944: I Bambini ci Guardano, de Vittorio De Sica
1945: Roma, Cidade Aberta (Roma, Città Aperta), de Roberto Rossellini
1946: (Sciuscià), de Vittorio De Sica
1946: Libertação (Paisà), de Roberto Rossellini
1946: O Bandido (Il Bandito), de Alberto Lattuada
1946: Um Dia na Vida (Un Giorno nella Vita), de Alessandro Blasetti
1946: (Il Sole Sorge Ancora), de Aldo Vergano
1947: (Caccia Tragica), de Giuseppe De Santis
1947: (Gioventù Perduta), de Pietro Germi
1948: Sem Piedade (Senza Pietà), de Alberto Lattuada
1948: Alemanha Ano Zero (Germania Anno Zero), de Roberto Rossellini
1948: Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette), de Vittorio De Sica
1948: A Terra Treme (La Terra Trema), de Luchino Visconti
1948: Em Nome da Lei (In Nome della Legge), de Pietro Germi
1948: Sob o Céu de Roma (Sotto il Sole di Roma), de Renato Castellani
1948: (Anni Difficili), de Luigi Zampa
1948: (Fantasmi del Mare), de Francesco De Robertis
1949: Arroz Amargo (Riso Amaro), de Giuseppe De Santis
1949: É Primavera (È Primavera), de Renato Castellani
1949: (Il Mulatto), de Francesco De Robertis
1949: O Moinho do Rio Pó (Il Mulino del Po), de Alberto Lattuada
1950: Stromboli (Stromboli Terra Di Dio), de Roberto Rossellini
1950: Escândalo de Amor (Cronaca di un Amore), de Michelangelo Antonioni
1950: Não Há Paz Entre as Oliveiras (Non c’è Pace tra gli Ulivi), de Giuseppe De Santis
1950: O Caminho da Esperança (Il Cammino della Speranza), de Pietro Germi
1950: (Gli Amanti di Ravello), de Francesco De Robertis
1950: Domingo de Agosto (Domenica d’Agosto), de Luciano Emmer
1951: Belíssima (Bellissima), de Luchino Visconti
1951: Atenção, Bandidos (Achtung! Banditi!), de Carlo Lizzani
1951: (Luci del varietà), de Federico Fellini, Alberto Lattuada
1951: O Milagre de Milão (Miracolo a Milano), de Vittorio De Sica
1952: Europa 51 (Europa ’51), de Roberto Rossellini
1952: O Sheik Branco (Lo Sceicco Bianco), de Federico Fellini
1952: O Bandido da Cova do Lobo (Il Brigante di Tacca del Lupo), de Pietro Germi
1952: O Capote (Il Cappotto), de Alberto Lattuada
1952: O Pão Nosso de Cada Dia (Roma Ore 11), de Giuseppe De Santis
1952: Dez Réis de Esperança (Due Soldi di Speranza), de Renato Castellani
1952: Processo Contra a Cidade (Processo Alla Città), de Luigi Zampa
1952: (Carica Eroica), de Francesco De Robertis
1952: Humberto D (Umberto D.), de Vittorio De Sica
1953: Retalhos da Vida (L'Amore in Città), de Michelangelo Antonioni, Federico Fellini, Alberto Lattuada, Carlo Lizzani, Francesco Maselli, Dino Risi, Cesare Zavattini
1953: A Dama Sem Camélias (La Signora Senza Camelie), de Michelangelo Antonioni
1953: Os Inúteis (I Vitelloni), de Federico Fellini
1953: Estação Terminus (Stazione Termini), de Vittorio De Sica
1953: Viagem em Itália (Viaggio in Italia), de Roberto Rossellini
1953: Os Sete da Ursa Maior (I Sette dell’Orsa Maggiore), de Francesco De Robertis
1953: Nós, Mulheres (Siamo Donne), de Gianni Franciolini, Alfredo Guarini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa
1953: Os Vencidos (I Vinti), de Michelangelo Antonioni
1953: A Loba (La Lupa), de Alberto Lattuada
1954: A Estrada (La Strada), de Federico Fellini
1954: (Cronache di Poveri Amanti), de Carlo Lizzani
1955: Os Evadidos (Gli Sbandati), de Francesco Maselli
1955: As Amigas (Le Amiche), de Michelangelo Antonioni
1955: O Tecto (Il Tetto), de Vittorio De Sica
1955: O Conto do Vigário (Il Bidone), de Federico Fellini
1956: O Ferroviário (Il Ferroviere), de Pietro Germi
1957: O Grito (Il Grido), de Michelangelo Antonioni
1957: As Noites de Cabíria (Le Notti di Cabiria), de Federico Fellini
1958: (Ragazzi della Marina), de Francesco De Robertis
1958: O Homem de Palha (L'Uomo di Paglia), de Pietro Germi
1960: Era Noite em Roma (Era Notte a Roma), de Roberto Rossellini

1960: Rocco e Seus Irmãos (Rocco e i Suoi Fratelli), de Luchino Visconti

O CINEMA NEORREALISMO ITALIANO PROGRAMAÇÃO

O CINEMA NEORREALISMO ITALIANO

Período inicial (1945/1957)
Definição das ideias base deste movimento, através dos seus filmes mais significativos.
Programação

Sessão 1
02.2.2017
Roma, Cidade Aberta (Roma, Citta Aperta) (1945), com Anna Magnanni, Aldo Fabrizi, etc. 98 min; M/ 12 anos.
Sessão 2
09.2.2017
Libertação (Paisá) (1946), com Carmela Sazio, Gar Moore, William Tubbs, etc. 120 min; M/ 12 anos.   
Sessão 3
16.2.2017
Alemanha, Ano Zero (Germania, Ano Zero) (1947), com Edmundo Moeschke, Franz-Ott Kruger, etc. 71 min; M/ 12 anos.
Sessão 4
23.2.2017
Ladrões de Bicicleta (Ladri di Biciclette), de Vittorio De Sica (1948), com Lamberto Maggiorai, Enzo Staiola, etc. 85 min; M/ 6 anos.
Sessão 5
02.3.2017
Umberto D (Umberto D.), de Vittorio De Sica (1952), com Carlos Battiti, Maria Pia Casilio, etc. 83 min; M/ 12 anos.
Sessão 6
09.3.2017
Milagre de Milão (Miracolo a Milano), de Vittorio De Sica  (1951), com Guguelmo Barbabó, Paolo Stopa, Emma Graatica, etc. 93 min; M/ 12 anos.
Sessão 7

16.3.2017
A Terra Treme (La Terra Trema: Episodio del Mar), de Luchino Visconti (1948), com Antonio Arcidiacono, Giuseppe Arcidiacono, etc. 153 min; M/ 12 anos.
Sessão 8
23.3.2017
Belíssima (Bellissima), de Luchino Visconti (1951), com Anna Magnani, Walter Chiari, Tina Apicelli, etc. 110 min; M/ 12 anos
Sessão 9
30.3.2017
Os Inúteis (I Vitelloni), de Federico Fellini (1953), com Alberto Sordi, Franco Interlenchi,Franco Fabrizi, etc. 102 min; M/ 12 anos.
Sessão 10
06.4.2017
A Estrada (La Strada), de Federico Fellini (1954), com Anthony Quinn, Giulietta Masina, Rchard Basehart, etc. 103 min; M/ 12 anos.
Sessão 11
12.4.2017
Noites de Cabiria (Le Notte di Cabiria), de Federico Fellini (1957), com Giulietta Masina, Amedeo Nazari, François Perier, etc. 117 min; M/ 12anos.
Sessão 12
20.4.2017
Retalhos da Vida (L’Amore in Città), de Michelangelo Antonioni ("Tentato suicido"), Federico Fellini ("Un Agenzia matrimoniale'"), Alberto Lattuada ("Gli Italiani si voltano"), Carlo Lizzani ("L’ Amore che si paga'"), Francesco Maselli ("Storia di Caterina"), Dino Risi ("Paradiso per 3 ore") e Cesare Zavattini ("Storia di Caterina") (1953), com Rita Josa, Rosanna Carta, Enrico Pelliccia, etc. 104 min; M/12 anos.
Sessão 13
27.4.2017
O Caminho da Esperança (Il Cammino della Speranza), de Pietro Germi(1950), com Raf Vallone, Elena Varzi, Saro Urzì, etc. 105 min; M/ 12 anos. (*)
Sessão 14
04.5.2017
Não Há Paz Entre as Oliveiras (Non c'è Pace tra gli Ulivi), de Giuseppe De Santis (1950), com Raf Vallone, Lucia Bosé, Folco Lulli, etc. 107 min; M/ 12anos (*).
Sessão 15
11.5.2017
O Grito (Il Grido), de Michelangelo Antonioni (1957), com Steve Cochran, Alida Valli, Dorian Gray, etc. 115 min; M/ 12 anos.

(*) todos os filmes legendados em português, com excepção destes dois, legendados em italiano

O CINEMA NEORREALISTA ITALIANO. CARTAZ e CONDIÇÕES